Deitado sobre as nuvens

"Perché da qui il mondo scivola..."

domingo, 26 de junho de 2011

Jato de Sabedoria

E numa noite dessas de domingo, tomando um Café, algo pareceu freudianamente mais claro:

Se algo me falta ou o que me falta é mesmo gostar de quem sou, sem que consiga fazer nada a respeito, só me resta encontar no outro o recheio deste buraco do meu ser. Ao invés, se me enxergo dotado de ao menos boa parte do que me satisfaz e me satisfaça de quem sou, fico na necessidade mais confortável de encontrar somente similaridade no ser alheio, numa relação mais saudável de menos compensações e mais parcerias.

A única pergunta que fica é... a de sempre: COMO FAZ?
Se um dia minha amiga professora voltar a escrever, essa é pra ela ;)

domingo, 19 de junho de 2011

pseudo-alter-ego de mim mesmo

E um dia desses, um querido amigo da internet, num proveitoso surto de sinceridade, me dizia o quanto percebia em mim a carência de companhia, de carinho, de colo e mesmo de sexo... e tentava me fazer entender o lado de lá da situação, me dizendo que meu modo de ser de não esconder das pessoas essa minha carência, de mostrar sem medo toda minha fragilidade, em me colocar como ser em busca da satisfação dessas carências (preferencialmente na ordem aqui apresentada rs) não é muito eficiente, na medida que assusta e afasta possíveis candidatos... mais habituados a topar com as pessoas que fazem aquilo que eu poderia chamar de "joguinho" da conquista, do flerte, do amor... um joguinho em que se vai vestindo diferentes personagens que se adaptem à preferência do outro "jogador". Triste, na minha visão.

Mas fiquei muito pensativo, pra variar.

Na verdade, até reconheço que meu amigo tem lá sua dose de razão, olhando pelo lado mais prático da vida.

Mas calma lá...

A questão que não demorou a me intrigar não poderia ser mais óbvia e tão a minha cara... ao conhecer novas pessoas, não importa que tipo de relacionamento estabeleça com elas, eu devo mostrar-me a elas o mais fielmente ao que sou ou ao que eu julgar que irá agradá-las mais? Até que ponto tenho que inventar personagens e/ou alter-egos de mim mesmo para o deleite alheio? Hmmmm a resposta e mais seis números corretos garantem um futuro tranquilo, não? ;)

Infelizmente não tenho nenhum dos dois.

Tenho, no máximo, um valor: coerência. A pessoa que expresso ser aos outros tem que ser o mais fiel àquela que habita meu ser. E dá-lhe ser, seja verbo ou substantivo!

O preço? Não agradar a muita gente, ou seja, solidão. Alto? Sim, bastante. Mas a coerência ainda me é mais cara do que relacionamentos apoiados sobre bases que me parecem frágeis. Triste seria ver alguém apaixonado por alguém que não é exatamente eu mesmo, mas alguém criado pra cativar essa paixão... ora, o dia-a-dia vai derrubando máscaras, que tipo de relacionamento estaria criando no médio e longo prazo? Não, não, obrigado.

Amigo... você está cheio de boas razões em tua fala, vejo tua fala em meu dia-a-dia, vejo tua fala nos relacionamentos ao meu redor. Mas jamais fui capaz de aprendê-la, tampouco usá-la.



Ney... venha nos iluminar...

"Jurei mentiras e sigo sozinho, assumo os pecados..."


domingo, 8 de maio de 2011

Eis que o STF ousou tirar-nos da era paleozóica do pensamento...

Essa é uma conversa recente com os amigos, por e-mail, que colo aqui:

Tive o prazer de acompanhar tb o desenrolar dessa história... e ficou pra mim uma imagem muito interessante (e positiva) de nossos ilustrres ministros do Judiciário: ficou claro que tiveram o cuidado de tratar o assunto a partir de um olhar técnico, de fundamentar seus votos de apoio à essa causa a partir de uma interpretação lúcida e quiçá inovadora dos textos legais que já existem. Não parecia haver espaço para opiniões pessoais, paixões e provincianismos muito comuns em nossos legisladores, esses sim que deveriam estar debruçados sobre essas questões relativas às uniões homoafetivas, mas que até hoje permanecem alheios e inertes.

O dia 5 de maio de 2011 é sim um dia histórico na história do Brasil, acho que não é nem um pouco exagero afirmar isso.

E não apenas um dia histórico para os brasileiros que se reconhecem como homossexuais. É um dia em todos os brasileiros testemunharam uma instituição oficial da nação reconhecer que a sociedade e seus costumes e valores não são estáticos, e portanto o Estado não o deve ser também, se se propõe a ser instutuição proterora dessa sociedade. Reconhecer que o fato de existir uma "minoria" (não importa de qual tipo) não pode significar que esta fique desprovida de reconhecimento, respeito e proteção. Reconhecer que podem existir DIFERENÇAS mas jamais DESIGUALDADE.

Ademais, parece que o Judiciário jogou uma "batata-quente" (até que boa rs) nas mãos do Legislativo, afinal essa decisão de hoje não resolve todas as questões que nos preocupam, tão-somente apontam caminhos a ser seguidos, mas essa parte deixo pro Thiago nos iluminar melhor um dia desses rs... afinal é a área dele ;)

O caminho é longo e tortuoso.... mas viram só?! Estamos avançando :)

Um beijo carinhoso a todos... hj num dia mais otimista sobre o futuro de todos nós e dos nossos filhos (que pelo visto serão "nossos" de fato rs)

sábado, 9 de abril de 2011

Paz

Isso: paz, essa é a palavra que define bem esse último mês, o primeiro de muitos que virão.

Das angústias mais mundanas que cercaram esse mês... essas já vão aos poucos se aquietando... afinal as contas foram feitas quase "na ponta do lápis" ;)

Das mais íntimas, essas receberam uma curiosa e bem-vinda pausa. O travesseiro tem sofrido menos, os momentos de solidão ganharam novo significado.

Sem mais, tudo vai indo bem. ;)

sábado, 12 de fevereiro de 2011

"Troco as pessoas, troco os pronomes..."



Os pronomes possessivos ganham poder e significado jamais vistos.

As portas perdem parte de sua função de separar, de individualizar, de bloquear sons e olhares... e tão-somente demarcam a fronteira de passagem livre entre ambientes.

Objetos e momentos simples passam a significar mais, especialmente quando experimentados pela primeira vez. Tudo passa a ser saboreado como aquele prato que vc sempre desejou experimentar e cujo sabor lhe parece agradável exatamente como o imaginado.

Os talheres, o banho, o olhar pela janela, o preparo do alimento, o sono, o sentir-se só...

É a novidade e a mudança (dentre tantas almejadas) adentrando a vida.