Deitado sobre as nuvens

"Perché da qui il mondo scivola..."

sábado, 9 de outubro de 2010

Máquinas de costura

Noite de sexta, vc resolve dar uma volta pra evitar aquela dorzinha que vc sabe que virá se ficar em casa. Trânsito, shopping, estacionamento, filas. Sem rumo pelos corredores, vc resolve comprar um jogo de lençóis novos pra dormir mais aconchegado, lembra-se daquela amiga que logo vai fazer aniversário, come aquela massa que sempre te agrada.

Mas calma... faltou dizer algo: quando vc adentra o shopping, depara-se com aquele estande que parecia não ter estado ali durante bom tempo, aquele que vc visitou uns meses atrás junto daquela pessoa que vc tentava esquecer (aparentemente com sucesso), não fossem essas lembranças que insistentemente te traem quando vc menos espera.

Mas ok... isso não tem importância, afinal vc já não pensa mais nessa pessoa, e essas lembranças são mesmo difíceis de simplesmente apertar shift+del pra q não voltem.

Na volta pra casa, vc lembra daquele amigo que prometeu estar on-line e pediu pra vc aparecer, sei lá pra que. Mas vc, prestativo como sempre, procura não fazer perguntas, apenas por-se disponível pras pessoas. Note ligado, MSN on-line, e nada. Skype on-line e nada. Fone, ops, logo eu apareço, desculpa. Mas calma lá... e esse outro aqui no Skype que vc achava que nem existisse mais? Mensagem recebida, oi tudo bem?

Umas duas horas depois, algumas lágrimas reprimidas e outras enxugadas depois, vc percebe que aquele que vc nem esperava encontrar mais, novamente te deixou sem o chão e te fez lembrar muito mais que o simples estande na entrada do shopping. Te fez lembrar da vida que vc tentava construir mas que ruiu ao primeiro vento inesperado. Te deixou com aquela sensação que vc mais temia (ou ansiava?): a de que essa vida ainda pode ser construída.

É amiga... vc sempre certa em suas leituras, sabe que se pudéssemos trocar o personagem-surpresa dessa noite, não teria causado o menor impacto e a noite teria terminado como previsto. Minha vontade é a de que vc estivesse errada, mas sendo eu tão eu mesmo a todo momento, quiçá cada vez mais eu mesmo (rs)... é assim mesmo que tem de ser.

Cazuza, por que a gente é assim? Renato responderia: sou eu mesmo e serei eu mesmo então, e não há nada de errado comigo não.

Coração, mantenha afivelado o cinto: mais turbulência à frente.

1 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Falou tudo!! Aliás, excelente blog, quem dera eu escrever tão bem!

15 de dezembro de 2010 às 21:13  

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